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Doenças cardiovasculares nos idosos (continuação)

Complicações

A hipertensão arterial  é um importante fator de risco para o desenvolvimento de complicações  em vários locais do organismo, chamadas (HAS) de "lesões  em  orgãos-alvo".

A presença de níveis mais elevados  de pressão arterial e a presença de outros fatores de risco cardiovascular, como tabagismo , dislipidemidas (anormalidades do colesterol e  suas frações) ou diabete melito, aumentam muito o risco do desenvolvimento de lesões em orgãos-alvo. 

- Coração: a hipertrofia do ventrículo esquerdo (espessamento anormal do músculo cardíaco, resultante de uma sobrecarga causada por uma pressão arterial aumentada), é uma das primeiras anormalidades cardíacas decorrentes da hipertensão arterial (HAS). Outras complicações cardíacas são: angina do peito, infarto do miocárdio, insuficiência cardíaca, arritmias cardíacas e distúrbios da condução elétrica do coração. 

- Cérebro: isquemia cerebral transitória, acidente vascular cerebral (derrame cerebral) e demência vascular. 

- Rins: disfunção renal com perda urinária de proteínas até insuficiência renal crônica.

- Vasos:  aterosclerose (formação de placas de gordura ou ateromas na parede das artérias) e doenças da aorta (aneurismas e outras).

- Olhos: comprometimento da retina, podendo chegar à cegueira.            

Diagnóstico

Por ser uma doença geralmente sem sintomas, grande parte dos portadores de hipertensão arterial  (HAS) não estão cientes sobre a existência da doença.

Um estudo brasileiro, demonstrou que apenas 50% dos hipertensos sabia de fato sobre a existência de sua doença. O diagnóstico da hipertensão arterial fundamenta-se na medida da pressão arterial.

Na maioria dos casos, o diagnóstico de hipertensão arterial (HAS) exige a constatação de uma pressão arterial elevada em diversas consultas. Este diagnóstico, poderá ser confirmado por um exame que avalie a pressão arterial fora do consultório (veja abaixo).

De uma forma didática, podemos dizer que a  pressão arterial sistólica (máxima), resulta do impacto do  sangue na aorta  após ser ejetado pelo coração. A  pressão arterial diastólica (mínima), corresponde ao acomodamento desse sangue que foi ejetado  na circulação sanguínea.

O valor destas duas pressões são expressas em milímetros de mercúrio  (exemplo: 124/82 mmHg).  Tanto a pressão arterial sistólica quanto a diastólica, quando elevadas, aumentam o risco de complicações cardiovasculares. Estas pressões costumam se elevar ao longo da vida, no entanto, após os 50 anos de idade a pressão arterial diastólica para de se elevar, podendo inclusive diminuir.

Logo, em pessoas idosas, na qual as artérias são mais calcificadas e endurecidas, comumente observamos um aumento apenas da pressão arterial sistólica. Esta forma particular de hipertensão arterial é chamada de hipertensão arterial sistólica isolada (veja abaixo). Em adultos, o risco cardiovascular começa a aumentar a partir de valores da pressão arterial superiores a 115/75 mmHg, por isso, consideramos a pressão arterial ótima quando esta for inferior à 120/80 mmHg. 

- Classificação da pressão arterial: ótima (inferior a 120/80 mmHg), normal (entre 120-129  / 80-84 mmHg), limítrofe (entre 130-139 / 85-89 mmHg), hipertensão (maior ou igual a 140/90 mmHg) e hipertensão sistólica isolada (maior que 140 mmHg e  inferior a 90 mmHg).  

- Comportamento da pressão arterial no ambiente médico ou de consultório: a medida da pressão arterial é um ato médico aparentemente simples , mas que apresenta inúmeras limitações, relacionadas ao paciente, ao médico, aos equipamentos utilizados e a técnica empregada para a medida da pressão arterial. 

A pressão arterial poderá alterar-se significativamente por influência do ambiente médico ou de consultório.Este  fato dificulta o correto diagnóstico da  doença . Neste contexto, poderão ocorrer as seguintes situações em relação a pressão arterial:

# Não ocorrer nenhuma alteração significativa (corresponde a maioria dos casos).

#  "Efeito do avental branco"  , ou seja, uma elevação da pressão arterial que ocorre em pessoas com ou sem hipertensão arterial (HAS), mas que não altera o seu diagnóstico definitivo (em pessoas sem hipertensão arterial , essa elevação não é suficiente para colocá-lo na categoria de um paciente hipertenso, ou seja, com pressão arterial igual ou maior que 140/90 mmHg).

# " Hipertensão do avental branco",  ou seja, uma elevação da pressão arterial a um nível de hipertensão arterial (pressão arterial maior ou igual a 140/90 mmHg), em uma pessoa que fora do consultório é normotensa (corresponde  a até 30% dos pacientes com suspeita de hipertensão arterial). 

# "Normotensão do consultório" , ou seja, uma queda da pressão arterial  a níveis inferiores à 140/90 mmHg, em pacientes que são realmente hipertensos fora do consultório.

Por isso, uma grande porporção dos pacientes hipertensos necessitará de uma confirmação de seu diagnóstico através de um exame  que analise a pressão arterial fora do ambiente médico ou de consultório (leia as páginas sobre MAPA - monitorização ambulatorial da pressão arterial e MRPA - monitorização residencial da pressão arterial).

Prognóstico

A hipertensão arterial  (HAS) não tratada corretamente explica 25% dos casos de diálise por insuficiência renal crônica terminal, 80% dos acidentes vasculares cerebrais (derrame cerebral) e 60% dos casos de infarto do miocárdio.

Essas doenças são a principal causa de morte no país, quase 300 mil óbitos por ano. As complicações, quando não levam à morte, prejudicam a qualidade de vida do paciente e oneram o Estado.

Dados do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) demonstram que 40% das aposentadorias precoces decorrem de derrames cerebrais e infartos do miocárdio. As doenças cardiovasculares foram responsáveis por 1,18 milhões de internações no Sistema Único de Saúde (SUS) em 2005, a um custo aproximado de 1,3 bilhões de reais.

Fonte: portaldocoracao.com.br

   

Como referenciar: "Doenças cardiovasculares nos idosos (continuação)" em Só Nutrição. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 21/11/2024 às 14:37. Disponível na Internet em http://www.sonutricao.com.br/conteudo/artigos/hipertensaoidoso/p2.php