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Doenças cardiovasculares nos idosos

A hipertensão arterial é a doença crônica mais comum entre os idosos, sendo que sua prevalência aumenta progressivamente com a idade.

No Brasil, morrem anualmente 300.000 pacientes em conseqüência de doenças cardiovasculares e a hipertensão arterial é um dos mais importantes fatores de risco para doença cardiovascular no idoso.

Dados de grandes estudos mostraram que pacientes idosos são mais susceptíveis a complicações da hipertensão arterial.

O estudo de Framinghan, por exemplo, demonstrou que pacientes idosos e hipertensos com hipertrofia ventricular esquerda (espessamento do músculo cardíaco), apresentavam índice mais elevado de morte conseqüente ao acidente vascular cerebral (derrame cerebral).

Um outro estudo realizado na Suécia, mostrou que idosos hipertensos são mais susceptíveis ao comprometimento da função cognitiva (memória) do que idosos com pressão arterial  normal. Este mesmo estudo demonstrou ainda que idosos hipertensos não tratados, têm mais probabilidade de desenvolver demência vascular do que os idosos hipertensos em tratamento.

Mecanismos da hipertensão arterial no idoso

Devido a alterações que ocorrem com o envelhecimento (calcificação e endurecimento das artérias), existe uma tendência de  aumento da pressão arterial arterial sistólica (máxima) e a uma estabilização ou até redução, da pressão arterial diastólica (mínima).

Porém, níveis pressóricos maiores que 140 mmHg para pressão arterial sistólica e 90 mmHg para pressão arterial diastólica não devem ser considerados normais para o idoso (o indivíduo idoso é definido pela Organização Mundial de Saúde como uma pessoa acima de 60 anos de idade).

Estudos demonstram que cerca de 65% dos idosos são hipertensos, sendo que a hipertensão sistólica isolada (elevação só da pressão máxima), é muito mais comum no idoso do que no paciente hipertenso jovem.

O envelhecimento da aorta leva a um enrijecimento de suas paredes, determinando a elevação da pressão máxima. No idoso, ocorre um  aumento na pressão de pulso (diferença entre as pressões arterial sistólica e diastólica), que é considerada um importante fator de risco para complicações cardiovasculares.

Causas

A hipertensão arterial  pode ser primária (origem multifatorial, sem uma causa específica) ou secundária (com uma causa específica).

- Hipertensão arterial  primária: não apresenta uma causa aparente, correspondendo a grande maioria dos casos (mais de 90%).

A hipertensão arterial (HAS) primária é uma doença multifatorial, pois, diversos aspectos contribuem para o seu aparecimento: idade, sexo (os homens geralmente iniciam o quadro de hipertensão arterial antes dos 50 anos e as mulheres após os 50 anos), excesso de peso, raça (afrodescendentes  sofrem mais de hipertensão arterial), sedentarismo, fatores sócio-econômicos (pessoas de nível social mais baixo são mais propensas ao desenvolvimento da hipertensão arterial),  ingesta excessiva de sal , história familiar (genética), entre outros fatores. A presença de hipertensão arterial (HAS) primária, obesidade abdominal,  resistência à ação da insulina (hormônio que permite a entrada do açúcar para dentro das células), elevação dos níveis de glicemia (açúcar no sangue) e dos triglicerídeos, associados com baixos níveis de HDL-colesterol ("colesterol bom"), são os componentes da  síndrome metabólica. 

- Hipertensão arterial  secundária: apresenta uma causa aparente, correspondendo a minoria dos casos (menos de 10%).

Algumas siotuações podem causar ou agravar a hipertensão arterial  no idoso: doenças renais, doenças das artérias renais (comprometimento por aterosclerose ), doenças da tireóide (hipo ou hipertireoidismo), ação de medicamentos (aintiinflamatórios, corticóides   e certos antidepressivos),  ingesta excessiva de  álcool , síndrome da apneia do sono (roncos e paradas respiratórias noturnas, associadas a fadiga e sonolência diurna), entre outras.

Sintomas

A hipertensão arterial  não costuma causar sintomas, por isso, é conhecida como a "matadora silenciosa".

Sintomas com dor de cabeça, mal estar, tonturas e sangramento nasal não apresentam uma boa correlação com níveis elevados da pressão arterial.

Muitas vezes, o diagnóstico de hipertensão arterial  é realizado apenas na vigência de complicações cardiovasculares . Muitosm idosos hipertensos, podem apresentar sintomas que queda transitória da pressão arterial, como tonturas e desmaio. Essa situação, geralmente é fruto de hipotensão postural (queda da pressão arterial ao adotar a posição de pé), a qual pode estar associada ao uso das medicações.

Como referenciar: "Doenças cardiovasculares nos idosos" em Só Nutrição. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2024. Consultado em 21/11/2024 às 19:30. Disponível na Internet em http://www.sonutricao.com.br/conteudo/artigos/hipertensaoidoso/index.php