Alimentação para fisiculturistas
O crescimento muscular está diretamente relacionado com o tipo de alimentação, controle hormonal e a prática do exercício físico.
Uma vez que, nutricionalmente, caracteriza-se pela retenção de nitrogênio, e, nesse contexto, a síntese proteica é um fator relevante, assim como também o são os substratos energéticos (carboidratos e gorduras) e os micronutrientes que auxiliam em todo esse processo.
O processo de hipertrofia ocorre quando a taxa de síntese proteica muscular excede a taxa de degradação, acarretando um saldo positivo do balanço proteico muscular. A duração do aumento deste saldo é desconhecida, contudo, a síntese proteica muscular pode permanecer por até 48 horas pós-exercício.
A alimentação do fisiculturista deve conter quantidades adequadas de proteína, gordura, carboidratos, vitaminas, minerais e água.
Proteínas
A ingestão de proteínas é uma das maiores preocupações, já que este é o nutriente responsável pela construção dos músculos. A presença de todos os aminoácidos essenciais (em quantias adequadas em um alimento) irá formar uma proteína completa, e só ela garantirá a manutenção da saúde e crescimento. Proteínas completas são encontradas na carne, ovos, leite, peixe, enfim, proteínas de origem animal. A recomendação diária pelo RDA (E. C. Recommended Daily Allowance) para uma pessoa normal é de 0,8 gramas de proteína por quilo de peso ao dia (0,8 g/Kg dia). Uma pessoa, seguindo um programa de treinamento intenso, poderá ter suas necessidades proteicas aumentadas em 1,5 – 2,0 g/Kg dia. Porém, em se tratando de um fisiculturista que treine intensamente e faça uso de farmacológicos, esta necessidade subirá para 3,0 – 4,0 g/Kg dia.
Carboidratos
Durante o dia devem ser consumidos carboidratos com baixo índice glicêmico para a manutenção de energia na corrente sanguínea, evitando a oscilação dos níveis de insulina (que contribuem para episódios de fome fora de hora, armazenamento de gordura e hipoglicemia). São alimentos com baixo índice glicêmico: batata, arroz integral, macarrão, milho, frutas, etc. Pesquisas demonstram que até 90 minutos após o término dos exercícios o corpo tem uma extraordinária capacidade de absorver nutrientes. Nessa fase, elevar os níveis de insulina é bastante conveniente para que se possa aproveitar todo o seu efeito anabólico e anticatabólico. Logo após o treino deve-se optar por carboidratos com alto índice glicêmico juntamente com alguma fonte proteica, evitando-se gordura. Está formula é fundamental para a explosão da insulina, pois direciona os aminoácidos para o músculo, para o crescimento muscular.
Gorduras
Deve-se evitar as gorduras ruins (saturadas e trans) que são encontradas nas carnes, alimentos industrializados, bolos, bolachas, creme de leite, batata frita, sorvete, salgados folhados, etc. substituindo-as pelas gorduras essenciais que estão nas oleoginosas, tais como: castanhas e nozes, sementes, óleos de peixe e óleos vegetais não processados. As gorduras essenciais aumentam a queima de gordura corporal, baixam o colesterol plasmático, produzem energia, transportam oxigênio, aumentam a sensibilidade à insulina, produzem hemoglobina e prostaglândinas (hormônios).
Vitaminas e minerais
Os fisiculturistas, assim com os demais atletas, podem ter as necessidades de vitaminas e minerais aumentadas, sendo conveniente a utilização de suplementos.
Atenção especial:
-Vitamina C: possui um efeito anticatabólico. Ela controla um hormônio chamado cortisol (catabólico), que é liberado quando a pessoa passa por uma situação de estresse ou durante exercícios físicos intensos. Este hormônio é antagonista à testosterona (anabólico). Aumentando-se a ingestão de vitamina C, controlamos a produção de cortisol para que a testosterona seja totalmente aproveitada para o crescimento muscular. Fontes naturais são as frutas cítricas (limão, laranja, acerola, etc.) e verduras como o pimentão verde, brócolis e espinafre.
-Vitamina B6 ou piridoxina: está diretamente relacionada com o metabolismo dos aminoácidos, ou seja, quanto mais proteína você ingere mais vitamina B6 você necessita. A recomendação diária é baseada numa ingestão média de proteína por uma pessoa normal (0,02 mg B6/grama de proteína). Fontes naturais são carnes (de porco, principalmente), leguminosas, verduras frescas e cereais integrais.
Suplementação de proteína
No mercado existem diversos suplementos proteicos, tais como: albumina de ovo, caseinato de cálcio, proteína hidrolisada de soja, whey protein (proteína do soro do leite), etc. Essas proteínas possuem diferentes graus de retenção de nitrogênio no organismo, sendo que a whey protein possui este grau mais elevado, sendo, portanto, de melhor qualidade e de mais rápida absorção. Seu consumo é indicado após o treino e no início da manhã, quando a reposição de aminoácidos faz-se necessária. Em seguida, escolhem-se as outras proteínas hidrolisadas (pré-digeridas) e por último as proteínas concentradas (caseína e a albumina), que são proteínas brutas e podem ser utilizadas antes de dormir para garantir um aporte proteico durante o sono.